A promotoria suíça abriu em maio uma investigação penal por suspeitas de espionagem informática em hotéis que acolheram as negociações sobre o programa nuclear iraniano, afirmou o ministério público à AFP.

A televisão pública RTS revelou estas investigações e a procuradoria geral confirmou à AFP o início da investigação no dia 6 de maio e a apreensão de material informático no dia 12 de maio durante uma inspeção.

Segundo a RTS, três dos hotéis que abrigaram estas negociações entre as grandes potências e o Irã foram infectados por um vírus informático.

Desde novembro de 2013, os países do grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha) e o Irã se reuniram várias vezes na Suíça para tentar fechar um acordo que garanta o caráter pacífico do programa nuclear em troca do levantamento das sanções ocidentais contra Teerã.

Após o anúncio da procuradoria suíça, uma fonte oficial em Viena anunciou que a Áustria também investiga uma possível espionagem durante as negociações sobre o programa nuclear iraniano.

"Há investigações em andamento", especialmente sobre o Palácio Coburgo, que acolheu várias rodadas de negociações em Viena, declarou à AFP Karl-Heinz Grundbock, um porta-voz do ministério do Interior, confirmando uma notícia da agência nacional APA.

Investigadores revelaram na quarta-feira a utilização de um vírus informático para espionar estas negociações.

A companhia russa de segurança informática Kaspersky Lab indicou ter descoberto este vírus denominado Duqu em sua própria rede interna, e considerou que havia sido utilizado para espionar as negociações sobre o Irã em 2014 e 2015.

"Muitas das novas infecções em 2014-2015 estão vinculadas às reuniões dos países do grupo 5+1 sobre as negociações com o Irã", disse a companhia.

O Duqu, que acreditava-se que estava erradicado desde 2012, é um sofisticado programa de espionagem similar ao vírus Stuxnet.

Os especialistas da Kaspersky explicaram que a nova versão do vírus é muito difícil de ser descoberta, já que não muda nenhum ajuste dos computadores ou das redes informáticas que ataca.

A empresa russa encontrou primeiro o vírus em seus próprios computadores, antes de identificar outras vítimas nos países ocidentais, Oriente Médio e Ásia.

O jornal americano Wall Street Journal afirmou que as conclusões da Kaspersky apontavam Israel como o principal suspeito de ter projetado este vírus.

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