Como qualquer computador, o aparelho necessita de segurança contra softwares maliciosos que causam principalmente perdas financeiras

Victor Lopes

Reportagem Local

Os smartphones se tornaram computadores portáteis e como qualquer computador necessitam de segurança contra a atuação de hackers, que desenvolvem uma gama enorme de vírus, causando principalmente perdas financeiras aos usuários. Em 2014, de acordo com pesquisa anual de comportamento da Kaspersky, empresa russa que trabalha com a segurança de computadores e celulares, surgiram por volta 300 mil novos códigos maliciosos para smartphones voltados para o sistema operacional Android, 98% do total de vírus desenvolvidos.

O Android corresponde a 80% do market share brasileiro. "Pelo fato da Google desenvolvê-lo como uma plataforma de código fonte aberta e disponível para todos os desenvolvedores de aplicações móveis, os usuários podem instalar qualquer aplicativo, facilitando a ação de cybercriminosos", explica o analista de segurança sênior da Kaspersky Lab do Brasil, Fábio Assolini.

Vale dizer que o Google anunciou este ano que verificaria todos os aplicativos antes de liberar na sua loja virtual (Google Play) como faz a Apple com o sistema operacional iOS na Apple Store mas isso ainda não está sendo executado de forma efetiva. "No ano passado, apenas 0,13% dos vírus foram desenvolvidos para iPhone, Esses vírus geralmente costumam acessar apenas aqueles aparelhos que os usuários fazem o chamado "jail break", processo de desbloquear o celular para a instalação de aplicações piratas e mudanças no sistema operacional",

OS MAIS RECORRENTES

Na maioria das vezes, quem está por trás do desenvolvimento de código maliciosos seja para computador ou smarthphone causa prejuízos financeiros aos usuários, Quando se fala de vírus para celular, especialmente para a plataforma Android, eles são os mesmos comparados aos notebook e desktops, destacando-se dois tipos: trojan sms e trojan bancário.

Assolini explica que o trojan sms funciona da seguinte forma; o usuário vai até a Google Play e instala um apli cativo qualquer, que geralmente se apresenta como um jogo ou outro atrativo. Ao instalar, junto ao aplicativo está o vírus, que começa a enviar mensagens sms de forma oculta, sem o conhecimento do usuário. "O vírus cadastra a linha telefônica em um serviço de sms pleno, aquele tipo de serviço que desconta valores, por exemplo, de R$ 4,99 por semana.

O usuário só vai perceber isso quando o crédito pré-pago dele desaparecer ou quando chegar a conta no final do mês, no caso dos clientes pós-pagos. Este tipo de ameaça é muito ativa no Brasil desde 2012".

No site Reclame Aqui, por exemplo, há por volta de 230 reclamações sobre cobranças indevidas do número 44844. Os clientes reclamam diretamente com as operadoras, que não possuem nenhuma responsabilidade, já que o vírus foi instalado pelos próprios usuários. "Um aplicativo de dublagem bem famoso recentemente, o Dubsmash, tinha uma versão falsa na loja do Google Play baixado milhares de vezes, que continha esse vírus", exemplifica o analista de segurança.

O segundo vírus mais comum, o trojan bancário, se trata na verdade de um apli cativo falso de instituições financeiras. Ao baixá-lo, ele "rouba" duas principais informações: senhas de acesso à serviços de internet banking e número de cartões de crédito pelo celular. O último levantamento da Febraban aponta que o País tem 25 milhões de usuários de mobile banking. "No ano passado, a Kasperski descobriu no Brasil dois aplicativos falsos de banco na Google Play. Esta é uma categoria que tem crescido bastante no mundo. O Brasil já é o quarto lugar com esse tipo de vírus".

Diante dessas situações, o antivírus para smartphones não pode ser considerado luxo, mas sim necessidade. O usuário tem acesso a diversas versões interessantes e gratuitas nas lojas virtuais de qualquer sistema operacional. "No mundo, de acordo com a Kaspersky, de 11 mil usuários de Android, apenas 58% utilizam algum tipo de antivírus no aparelho e, no caso de tablets, só 63% do total. A quantidade de pragas é muito grande e com um antivírus gratuito para celular é possível ter uma proteção básica. Depois, há versões pagas com recursos extras, dependendo da necessidade de cada um".

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