75% das empresas não têm certeza se tiveram sistema atacado

Ameaças cibernéticas ainda são maiores que a segurança

EMBORA tenham aumentando as estratégias de proteção de TI, empresas não acompanham o ritmo dos ataques

THULIO FALCÃO thuliofalcao@folhape.com.br

As empresas não estão acompanhando a evolução das ameaças cibernéticas, de acordo com a Pesquisa Global de Segurança da Informação 2014, empresa de auditoria e consultoria corporativa. O estudo, realizado entre Io de fevereiro a Io de abril de 2013, aponta que a preocupação com as novas tecnologias tem se acentuado no Brasil - 12% a mais em relação à pesquisa anterior responderam ter uma estratégia de mobilidade.



Mas as estratégias de muitas ainda não acompanham o ritmo das ameaças. Somente em 2012 foram 2.938 novas vulnerabilidades. Segundo o Instituto Ponemon, líder em pesquisas de gerenciamento de informações e privacidade, 75% das empresas não possuem informações suficientes ou não têm certeza sobre as tentativas de ataques e seus impactos e 63% das que perderam informações sensíveis ou confidenciais não sabem exatamente quais dados foram roubados.

O relatório 419 Evolution, da Paio Alto Networks, especializada em segurança corporativa, revelou que criminosos cibernéticos da Nigéria evoluíram técnicas de pishing, conhecidas como 419 e que envolvem o uso de ferramentas complexas adotadas por grupos de espionagem, utilizadas para roubar informações de usuários e focam agora em empresas.

ATAQUES

O diretor de desenvolvimento de negócio da Arcon, Marcos Bentes, explica que o setor financeiro é o segmento mais atacado. "É por conseguir um ganho financeiro. Existe uma preocupação com fraude muito grande em bancos e toda uma parafernália para proteger cartão de crédito, transferência bancária, acesso a caixas eletrônicos, que às vezes são ações também de T..I. e não físicas".

Quanto ao governo, as informações da sociedade são o alvo. "O governo tem muitos cadastros. Cadastro de eleitor, cadastro da Receira Federal, entre outros. E esses cadastros são visados por ter informações muito importantes", analisa.

VULNERABILIDADE

Proteger os dados dos clientes é um desafio grande, avalia o regional account manager da Trend Micro, Thiago Ramos. "A gente tem uma estatística bem interessante que 63% das empresas nacionais desconhecem que sofreram algum ataque ou têm algum tipo de problema de segurança. Isso mostra para gente o tamanho do despreparo das empresas, dos profissionais que a gerem", comenta Ramos.

Na pesquisa PwC, participantes atribuíram incidentes de segurança a inimigos internos conhecidos, como funcionários ativos (31%) e exfuncionários (27%). "Para o atacante, o elo mais fraco é ousuário. Qualquer grande ataque hoje às corporações, indiferente de seu tamanho, começa justamente por ele. É algum que vai abrir o e-mail com algum tipo de conteúdo malicioso, vai acessar um site malicioso, executar um arquivo malicioso e a partir daí começam seus incidentes", diz Thiago.

SOLUÇÕES

Para o gerente de produtos para a linha de segurança da Dell Software na América Latina, Vladimir Além, o sistema de segurança das empresas deve ser revisado. "A segurança da informação deve ser tratada como um elemento de estratégia da organização. A tecnologia é um meio viabilizador disso", afirma.

Thiago Ramos, da Trend, complementa que as empresas devem avaliar o risco econômico caso sofresse um ataque. "O quanto seria ruim um banco ter as informações sobre seus clientes roubadas, ou um pishing em sua página Se um banco X sofre algum problema de segurança, você se sentiria seguro de continuar com sua conta lá, suas informações", questiona.

Para ele, investir em segurança é caro por organizações não dimensionarem as perdas caso dados fossem roubados. "Elas olham segurança como um custo e tudo que você olhar como um custo você vai sempre procurar algo mais barato".

Folha resume

A Pesquisa Global de Segurança da Informação 2014 revelou que as empresas brasileiras não estão acompanhando a evolução das ameaças cibernéticas. Realizado entre Io de fevereiro e Io de abril de 2013, o estudo aponta que a novas tecnologias têm crescido. Mas ainda não acompanham a evolução dos ataques.

Saiba mais

EXPANSÃO Para explicar esse cenário de segurança da informação, as empresas de tecnologia Arcon, Trend Micro e Paio Alto Networks realizaram, na semana passada, um simpósio sobre o mercado de segurança da informação. O encontro aconteceu no Beach Class, em Boa Viagem.

ESTRATÉGIA A ação é uma estratégia das empresas em expandir as práticas de segurança das regiões Norte e Nordeste. Após Recife, o evento, que já passou por Fortaleza (29), Salvador (31) e Manaus (5 de agosto), segue para Belém (6 de agosto). A expectativa é realizar um encontro por semestre nessas cidades.

Artigos relacionados
NSA instalou spywares em disco rígidos, assegura Kaspersky (Tribo Gamer)NSA instalou spywares em disco rígidos, assegura KasperskyNSA instalou spywares em disco...
Leia Mais [+]
Vírus em caixas eletrônicos permite que ladrão veja saldo bancário e realize saquesA fabricante de antivírus Kaspersky Lab divulgou uma análise sobre ura vírus ...
Leia Mais [+]
A banca online é hoje em dia uma alternativa mais cómoda e rápida de realizar transacções e consultas bancárias para muitos utilizadores. No entanto, há que ter...
Leia Mais [+]